quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pânico da concorrência

Com seis anos de RedeTV!, o Pânico na TV chegou, recentemente, à liderança no Ibope na disputada guerra pela audiência os domingos. O último programa (dia 20) venceu a Rede Globo (15,4 X 13,9) entre 23h09 e 23h21. Para tentar desvendar o sucesso do humorístico, o Letras Escapadas conversou com alguns integrantes nesta segunda-feira (dia 22), durante o lançamento do livro Ninguém Faz Sucesso Sozinho, de A. A. A. de Carvalho, o Tuta, dono da rádio Jovem Pan.

O Pânico começou em 1993, na Jovem Pan. Segundo Marcos Chiesa, o Bola, que entrou para a equipe pouco tempo após a estreia, a direção da rádio jamais deixou de apoiar o humorístico. "O Pânico tinha três meses quando eu entrei. O Tuta aprova o programa, sempre gostou, nunca tivemos problemas com ele."

Atualmente na Rede Record, Carlos Alberto da Silva, o Mendigo, guarda boas recordações do início da carreira na rádio. "Comecei na Jovem Pan em 1994, como office-boy, e entrei no Pânico em 1999. Eles [o Tuta e seu filho, Tutinha, idealizador do Pânico] sempre apostaram muito no humor, sempre deram espaço pra gente fazer humor".

Além de ter conquistado a fidelidade da audiência na rádio, o Pânico mantém um público ativo na TV, estabilizando os índices de audiência, mesmo com a concorrência das outras emissoras. "[O Pânico na TV] criou um público novo. Tinha gente que não conhecia [o programa da rádio]", acrescenta Bola.

Emílio Surita, único integrante desde a estreia na rádio, acredita que a vitória obtida no último domingo não foi apenas por mérito do programa. “Não foi muito bem, sempre dá essa audiência, é a Globo que está mal. A Globo está com uma audiência baixa e a gente ficou em primeiro lugar."

Por um instante, o sucesso do Pânico pareceu estar ameaçado. No final de 2007, a Rede Record contratou Mendigo e Gluglu (personagem de Vinícius Vieira) para integrar a equipe do Show do Tom. SBT e até a Globo já tentaram tirar o programa da RedeTV!. “O Pânico inovou o humor no Brasil e as outras vieram atrás. Não é copiar, cada um tem um jeito de fazer", opina Carlinhos. Bola espera não haver mais nenhum desfalque no elenco, e, caso tenha, "que não atrapalhe".

Não é à toa que as manchetes da seção de TV de jornais e sites anunciam prováveis saídas dos humoristas do Pânico para outros programas. A Record, que recém-contratou Marcos Mion (ex-MTV), sondou integrantes de diversos humorísticos, inclusive do Pânico, para um projeto jovem. “Estão divulgando que a Record vai ter um programa de humor no ano que vem. Não sei, vamos esperar pra ver”, antecipa Carlinhos.

Na guerra inescrupulosa pela audiência aos domingos, é natural que as emissoras adversárias demonstrem o público fiel do Pânico. No entanto, o programa renovou o contrato com a RedeTV! até 2012, a garantia de, pelo menos, mais três anos de humor na RedeTV!. E de terror para a concorrência.

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