Continuando o balanço anual da programação do SBT, iniciado em 2008, segue o balanço de 2009. Aqui estão os acertos deste ano:
SBT onipresente: Em 2009, o SBT investiu pesadamente em propaganda. Anúncios em jornais e revistas, na TV Minuto, transmitida dentro dos trens do Metrô de São Paulo, e a inserção no mundo virtual constituíram fatores fundamentais para a reviravolta da emissora. Em agosto, o slogan "A TV mais feliz do Brasil" vinha acompanhado das estrelas da casa em outros corpos. Só dessa forma pôde-se ver Silvio Santos sem camisa e Roberto Justus dançando break. A rede social Twitter foi amplamente utilizada pelos funcionários do SBT, e os "SBTistas" são os fãs mais ativos, quando comparados aos de outras emissoras.
Séries "Pantanal": Em uma surpreendente estratégia, o SBT deslocou o telejornal SBT Brasil para às 19h30 e ocupou o horário com séries. Arriscado, já que o público da TV aberta não está acostumado a assistir aos produtos da TV paga? Pode até ser. Mas o risco deu certo, e hoje a emissora obtém excelentes resultados às 21 horas. Em setembro, Harper's Island - O Mistério da Ilha mostrou a que veio e dobrou a audiência na faixa de exibição. Seus treze episódios foram transmitidos diariamente, como uma novela. Exatamente a intenção da emissora: dar uma opção a quem não assiste às novelas da Globo e da Record. A meta era de cinco pontos. A audiência média foi de oito. O sucesso seguinte, Sobrenatural (foto abaixo), confirmou a preferência do público. Na última quarta-feira (dia 16), a série obteve 12 pontos de média. Índices semelhantes aos de Pantanal, se considerar a concorrência com a trama das nove da Globo. Além disso, prejudicou as duas esperanças da Record: Bela, a Feia e A Fazenda perdem diariamente para o SBT, que se saiu muito bem sendo a "alternativa".
O domingo mais feliz do Brasil: Gugu foi embora. Em compensação, Eliana voltou à casa que a projetou, e Celso Portiolli recebeu seu maior presente: o Domingo Legal. Junto de Maisa, nas manhãs, e Silvio Santos, à noite, o domingo do SBT cresceu não apenas em audiência, mas também em felicidade. Na parte mais "triste", Celso visita a família de "Construindo um Sonho" fantasiado, dando mais irreverência ao quadro antes sofrido nas mãos de Augusto Liberato. Eliana trouxe um Tudo é Possível - seu antigo programa na Record - incrementado, e chegou a vencer a Globo nas primeiras semanas. Apesar de não ter mexido nas atrações de seu tradicional programa, Silvio Santos enfrenta corajosamente a cada vez mais competitiva "guerra pelo ibope". Quatro emissoras lutam pelo primeiro lugar, e o mestre da comunicação incomoda a concorrência em torno das 20 horas e após às 23 horas. Para um programa quase cinquentão, é uma vitória frente às "inovações" da concorrência. Mas, para se firmar na disputa, Silvio precisa se atualizar.
A consolidação do SBT Show: O SBT Show, que começou em 2008 como uma alternativa aos telejornais da Globo e da Record, ganhou força em 2009. Você se Lembra?, Esquadrão da Moda, Qual é o Seu Talento? (foto abaixo), Nada Além da Verdade e TV Animal chegam a incomodar a concorrência e inclusive a derrotá-la. Para não provocar desgaste nos formatos, o horário foi ocupado por diferentes programas durante o ano. Alguns form mal-sucedidos, como o reality Só Falta Esposa, às quintas-feiras. Outros, como o 10 Anos + Jovem, às sextas, deixou saudade. Esquadrão da Moda e Qual é o Seu Talento? configuram os destaques da faixa de shows do SBT.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
sábado, 19 de dezembro de 2009
Quatro erros do SBT em 2009
Continuando o balanço anual da programação do SBT, iniciado em 2008, segue o balanço de 2009. Aqui estão os erros deste ano:
Apelação em horário nobre: Uma estratégia de mestre recuperou a audiência noturna do SBT. Mas o espírito do "velho" SBT - que não tinha escrúpulos para aumentar o ibope - ainda resiste. Prova disso foi a exibição de Pegadinhas Picantes (foto ao lado) às 22 horas. Gravado no Leste Europeu, o programa, que estreou em 14 de setembro, causa risos pela nudez inesperada das atrizes. Mas a alegria esconde o desconforto em ver pornografia em horário inadequado - apesar de a classificação indicativa ser 14 anos. Já que o SBT gostaria de manter a boa audiência das séries das 21 horas com humor, poderia ter trazido de volta o Câmera Café - transmitido em 2007 antes e após os telejornais da emissora. Comédia bem feita e sem apelação.
Roberto Justus, o "animador": Foi precipitada a investida de Roberto Justus em um game show. O 1 contra 100 (foto ao lado), que estreou em 16 de setembro, é uma atração com a cara do SBT, emissora craque em programas de entretenimento. Todavia, ter deixado Justus, conhecido nacionalmente como o irredutível chefe de O Aprendiz - reality show apresentado por ele durante seis anos na Record -, no comando foi uma atitude infeliz. Sem menosprezar o talento de Justus, mas o público se assustou ao ver a mudança brusca de feição dele. Talvez isso tenha deixado transparecer a incipiente tentativa do apresentador em sair do estigma de mal-humorado. Um reality envolvendo o mundo empresarial, porém mais dinâmico - como promete o O Grande Desafio, que estreará em 2010 - deveria ter sido a estreia de Justus no SBT.
Desperdício de novelas: Como se o fracasso de Revelação não tivesse bastado, o SBT insistiu no erro e escalou outra novela de Íris Abravanel para o horário das 22 horas. Vende-se um Véu de Noiva (foto ao lado) manteve um público fiel, mas não sai dos cinco pontos de audiência. Um dos motivos pode ter sido o excesso de externas, que deixou a novela "iluminada" demais, adequada para um folhetim exibido às 19 horas, mas não às 22 horas, fato que prejudicou a fotografia. Contudo, partindo para o campo estratégico, Vende-se um Véu de Noiva herdou um horário antes ocupado pelo boom de Pantanal. Após o término da trama da extinta Manchete, Revelação ficou sozinha no horário. E pior: pensando que alavancaria o ibope da novela de Íris, estreou a nova "arma secreta" da Manchete, Dona Beija (foto abaixo) - quando todos pensavam que seria A História de Ana Raio e Zé Trovão -, após Revelação, às 23 horas. Está certo que a história protagonizada por Maitê Proença dobrou a audiência no horário (de míseros dois pontos para quatro), fato que nada significava para quem esperava um sucesso semelhante ao de Pantanal. Na soma dos prejuízos, três novelas desperdiçadas: Dona Beija - exibida em horário ingrato -, A História de Ana Raio e Zé Trovão - que permanecerá na "geladeira" da emissora em virtude do fraco desempenho das reprises da Manchete -, e Véu de Noiva, texto de Janete Clair (1925-1983) - a maior novelista brasileira.
SBT Manhã, SBT Manhã e SBT Manhã: Não é ilusão. Quando o telespectador liga a TV às 4 horas, assiste ao Jornal do SBT Manhã (foto abaixo, de 2008). Às 5 horas, o mesmo jornal é reapresentado. Às 6 horas, surpresa: nova reprise. Deve-se ressaltar o fato de que "só" havia duas apresentações - às 5 e às 6 horas -, mas a partir de 9 de novembro resolveu-se reprisar novamente. Pode ser útil para quem estiver acordando, mas três horas com o mesmo noticiário dos outros telejornais do SBT e com a aparição dos âncoras gravada é um retrocesso para uma emissora que vem investindo pesadamente no jornalismo.
Apelação em horário nobre: Uma estratégia de mestre recuperou a audiência noturna do SBT. Mas o espírito do "velho" SBT - que não tinha escrúpulos para aumentar o ibope - ainda resiste. Prova disso foi a exibição de Pegadinhas Picantes (foto ao lado) às 22 horas. Gravado no Leste Europeu, o programa, que estreou em 14 de setembro, causa risos pela nudez inesperada das atrizes. Mas a alegria esconde o desconforto em ver pornografia em horário inadequado - apesar de a classificação indicativa ser 14 anos. Já que o SBT gostaria de manter a boa audiência das séries das 21 horas com humor, poderia ter trazido de volta o Câmera Café - transmitido em 2007 antes e após os telejornais da emissora. Comédia bem feita e sem apelação.
Roberto Justus, o "animador": Foi precipitada a investida de Roberto Justus em um game show. O 1 contra 100 (foto ao lado), que estreou em 16 de setembro, é uma atração com a cara do SBT, emissora craque em programas de entretenimento. Todavia, ter deixado Justus, conhecido nacionalmente como o irredutível chefe de O Aprendiz - reality show apresentado por ele durante seis anos na Record -, no comando foi uma atitude infeliz. Sem menosprezar o talento de Justus, mas o público se assustou ao ver a mudança brusca de feição dele. Talvez isso tenha deixado transparecer a incipiente tentativa do apresentador em sair do estigma de mal-humorado. Um reality envolvendo o mundo empresarial, porém mais dinâmico - como promete o O Grande Desafio, que estreará em 2010 - deveria ter sido a estreia de Justus no SBT.
Desperdício de novelas: Como se o fracasso de Revelação não tivesse bastado, o SBT insistiu no erro e escalou outra novela de Íris Abravanel para o horário das 22 horas. Vende-se um Véu de Noiva (foto ao lado) manteve um público fiel, mas não sai dos cinco pontos de audiência. Um dos motivos pode ter sido o excesso de externas, que deixou a novela "iluminada" demais, adequada para um folhetim exibido às 19 horas, mas não às 22 horas, fato que prejudicou a fotografia. Contudo, partindo para o campo estratégico, Vende-se um Véu de Noiva herdou um horário antes ocupado pelo boom de Pantanal. Após o término da trama da extinta Manchete, Revelação ficou sozinha no horário. E pior: pensando que alavancaria o ibope da novela de Íris, estreou a nova "arma secreta" da Manchete, Dona Beija (foto abaixo) - quando todos pensavam que seria A História de Ana Raio e Zé Trovão -, após Revelação, às 23 horas. Está certo que a história protagonizada por Maitê Proença dobrou a audiência no horário (de míseros dois pontos para quatro), fato que nada significava para quem esperava um sucesso semelhante ao de Pantanal. Na soma dos prejuízos, três novelas desperdiçadas: Dona Beija - exibida em horário ingrato -, A História de Ana Raio e Zé Trovão - que permanecerá na "geladeira" da emissora em virtude do fraco desempenho das reprises da Manchete -, e Véu de Noiva, texto de Janete Clair (1925-1983) - a maior novelista brasileira.
SBT Manhã, SBT Manhã e SBT Manhã: Não é ilusão. Quando o telespectador liga a TV às 4 horas, assiste ao Jornal do SBT Manhã (foto abaixo, de 2008). Às 5 horas, o mesmo jornal é reapresentado. Às 6 horas, surpresa: nova reprise. Deve-se ressaltar o fato de que "só" havia duas apresentações - às 5 e às 6 horas -, mas a partir de 9 de novembro resolveu-se reprisar novamente. Pode ser útil para quem estiver acordando, mas três horas com o mesmo noticiário dos outros telejornais do SBT e com a aparição dos âncoras gravada é um retrocesso para uma emissora que vem investindo pesadamente no jornalismo.
Seção:
Televisão
sábado, 12 de dezembro de 2009
Barril de homenagens
Há 25 anos, um gênio desembarcou na TV brasileira: Roberto Gómez Bolaños. O ícone mexicano "Chespirito" estreou no SBT com duas de suas séries mais famosas: Chaves e Chapolin. No último sábado (dia 12), admiradores da obra de "Chespirito" - os "chavesmaníacos" - se encontraram no restaurante Chilango, em São Paulo.
Pela primeira vez em um evento CH, duas vozes de uma mesma personagem compareceram. Foi o caso da Chiquinha, que foi dublada por Sandra Mara Azevedo no lote de 1984 e Cecília Lemes a partir do lote de 1988. Os fãs não perderam a oportunidade e realizaram um "duelo de Chiquinhas". As duas choraram simultaneamente. Nos quesitos gritaria e talento, deu empate.
O encontro reuniu muito mais do que fãs e dubladores: reuniu centenas de corações apaixonados por duas letras: CH. Chaves e Chapolin fez a infância de três gerações. E, se depender dos "chavesmaníacos", não sairá da TV tão cedo.
A quarta edição do evento "Vamos ao Chilango com o Polegar Vermelho" trouxe um pedido ao SBT: a reapresentação de episódios que foram exibidos nos anos 80 e que jamais voltaram ao ar, os episódios "perdidos". Muitos, na verdade, são "esquecidos", pois compõem o acervo CH da emissora, porém foram substituídos por roteiros semelhantes. Os fãs criaram um abaixo-assinado na internet, chamado "Volta Perdidos CH & CH", e já conta com mais de duas mil adesões.
Impressionou o interesse da mídia em noticiar o encontro de "chavesmaníacos". O R7 e o UOL levaram fotógrafos. O SBT, que enviou o repórter Diego Sangermano, noticiou superficialmente o motivo do encontro, omitindo - como sempre - o termo "perdidos". A reportagem foi ao ar no SBT Brasil. O Pânico na TV, da RedeTV!, também entrou na brincadeira: Alfinete e Sabrina Sato levaram Zina para mandar "salves" para toda a turma do Chaves.
O ponto alto do encontro foi a participação dos dubladores. Chaves não seria o que é aqui no Brasil se não fossem algumas destas vozes que compareceram ao "Vamos ao Chilango...": Cecília Lemes (Paty, até 1984, e Chiquinha, a partir de 1988), Sandra Mara Azevedo (Chiquinha e Dona Neves, até 1984), Osmiro Campos (Professor Girafales, a partir de 1984) e Sílton Cardoso (Godines até 1990) formaram parte do elenco que deu um ar tupiniquim ao humorístico mexicano. Gustavo Berriel, o fã que dubla há três anos o Nhonho, e agora dubla o Jaiminho e o Senhor Barriga, completou o grupo presente.
Pela primeira vez em um evento CH, duas vozes de uma mesma personagem compareceram. Foi o caso da Chiquinha, que foi dublada por Sandra Mara Azevedo no lote de 1984 e Cecília Lemes a partir do lote de 1988. Os fãs não perderam a oportunidade e realizaram um "duelo de Chiquinhas". As duas choraram simultaneamente. Nos quesitos gritaria e talento, deu empate.
Além das perguntas da plateia, os dubladores encararam uma série de diálogos de Chaves e de Chapolin. Um teve de ser criado para que todas as vozes participassem. A estreia de Osmiro Campos em um evento CH foi bem aproveitada pelos fãs, que encenaram uma "Escolinha do Professor Girafales". Cada resposta "certa" (de acordo com o diálogo da série) valia um prêmio: um DVD com episódios "perdidos".
O encontro reuniu muito mais do que fãs e dubladores: reuniu centenas de corações apaixonados por duas letras: CH. Chaves e Chapolin fez a infância de três gerações. E, se depender dos "chavesmaníacos", não sairá da TV tão cedo.
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Eventos
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Zona norte sitiada
O título exagera, mas a rotina do morador da região na manhã desta terça-feira (dia 8) foi profundamente alterada em virtude da chuva que caía desde a noite anterior. O volume de água acumulado nas mais de doze horas seguidas de temporal, aliado à sujeira na cidade, inundou ruas, fez o rio Tietê transbordar e dificultou a viagem de quem precisa atravessar a cidade.
Desde as 7 horas o noticiário da TV destacava os efeitos da chuva noturna. O trânsito na ponte da Freguesia do Ó parou pelo alagamento da avenida Comendador Martinelli, continuação da via. A praça Delegado Amoroso Neto e avenida Ordem e Progresso (foto acima), que levam à ponte do Limão, na Casa Verde, foram tomadas pelas águas. Uma longa fila de ônibus com motores desligados formou-se. Motoristas e alguns passageiros permaneceram no veículo, enquanto outros saíram para fotografar a via forçosamente interditada.
João é motorista da linha 978-L/10 (Terminal Cachoeirinha - Terminal Princesa Isabel) há nove anos. Parado na rua Dom Amaral Mousinho, que dá acesso à avenida Ordem e Progresso, ele se lembra da última vez que teve de desligar o ônibus em função de enchentes: "Eu cheguei a parar há três ou quatro meses antes da ponte do Limão".
Até mesmo alternativas à marginal Tietê não puderam ser usadas. As águas ocuparam parte da avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, e de seu prolongamento, a Ermano Marchetti, na Lapa. Interdições também na avenida Doutor Abrahão Ribeiro, também na Barra Funda, próximo ao Fórum Criminal.
Segundo dados da Folha Online, bairros das zonas norte e oeste ficaram sem luz durante a manhã. O volume de chuvas representou um terço do esperado para dezembro.
Os paulistanos da zona norte de São Paulo já sentem dificuldades de atravessar a cidade desde outubro, quando a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) deu início às interdições nas pontes da marginal Tietê. Com as obras, a da Freguesia do Ó, por exemplo, tem apenas duas faixas sentido centro e uma para o bairro.
Na época, o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, declarou, segundo a Folha Online, que se o serviço não fosse realizado nas pontes desde já, as chuvas de fevereiro e março atrapalhariam ainda mais o paulistano. As chuvas começaram em novembro. As dificuldades aos moradores da zona norte também.
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