terça-feira, 16 de novembro de 2010

"Os Cavaleiros do Zodíaco" inédito na TV aberta


Finalmente, após 16 anos na TV brasileira, Os Cavaleiros do Zodíaco terá episódios inéditos. A Saga de Hades, produzida em 2002 e lançada no Brasil pela PlayArte (2006), estreou na manhã desta segunda-feira na Band. Mesmo disponível em DVD e tendo sido exibido pelo canal pago Cartoon Network, em 2007, faltava a televisão aberta, onde tudo começou (lá na extinta Manchete) e agora terminará.

A transmissão da Band, surpreendentemente, agradou. Ao longo do retorno de Os Cavaleiros do Zodíaco à emissora, em 30 de junho de 2010, vários erros foram cometidos durante a transmissão das três sagas clássicas. Primeiramente, começou às 14h15, com dois episódios. Os jogos da Copa do Mundo à tarde prejudicaram a transmissão, e um horário pela manhã foi concedido, dentro do programa infantil Band Kids. Porém, Cavaleiros ficou bem mais escondido às 8h, sem divulgação e com irregularidades. O primeiro episódio exibido no Band Kids foi o quinto da série ("A ressurreição do Dragão").

Com o passar dos episódios, as transmissões ganharam mais profissionalismo. A Band estipulou um padrão, com a abertura completa, retrospectiva do episódio anterior, três comerciais (um exagero, pois um deles poderia estar entre Cavaleiros e o desenho posterior, Jimmy Neutron) e sem encerramento. Aexibição da saga das 12 Casas merece aplausos, já que uma das fases mais violentas da série passou sem cortes na TV aberta, lembrando a transmissão da extinta Manchete, em 1994.

Definida a estreia da Saga de Hades para 12 de novembro, recomeçaram os tropeços. O episódio 109 ("Tome Cuidado, Ikki! Outra triste batalha mortal") cedeu espaço para o Mundial de Vôlei Feminino. Teoricamente, Hades seria adiado para o dia 15, uma ótima data, sendo segunda-feira e feriado. Todavia, a Band pulou o episódio e não o exibiu no dia seguinte. Com atraso, a Band corrigiu o engano, transmitindo o episódio 109 após o 110. Se a série não tivesse sido exibida anteriormente, geraria uma confusão revoltante.

Enfim, a Saga de Hades estreou neste 15 de novembro. Seguindo o padrão, a Band exibiu uma abertura e cortou o encerramento, mas em Hades há uma peculiaridade: duas aberturas - a exclusiva e a clássica "Pegasus Fantasy" remasterizada - e dois encerramentos. A Band optou pela abertura clássica e ainda produziu novo logotipo (inspirado em "Lost Canvas", história inédita na TV). Quatro intervalos comerciais causaram desconforto, mas no fim a emissora pegou os fãs de surpresa exibindo o preview do episódio seguinte - que já existia na série clássica, mas nunca havia sido dublado; em Hades, foi diferente.

Desde a estreia, em 1994, com o episódio "As lendas de uma nova era", até hoje, com "O início de uma nova Guerra Santa", Os Cavaleiros do Zodíaco travou batalhas na TV maiores inclusive do que as dos próprios cavaleiros protagonistas da série. Desta vez, a vitória será dos fãs.

Abaixo, a abertura e o preview exibidos pela Band, disponiblizados pelo site CavZodiaco.com.br:



sábado, 13 de novembro de 2010

Doce imprensa


Amanhã comemora-se o Dia Mundial do Diabetes. A data, 14 de novembro, foi criada pela International Diabetes Federation (IDF) para homenagear o aniversário do cientista canadense Frederick Banting, que em 1921 descobriu a insulina em parceria com Charles Best. A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e que nos diabéticos tem sua produção reduzida (tipo 2) ou nula (tipo 1), consegue levar a grande molécula de glicose às células. Após esta introdução, vamos falar sobre como a mídia trata a doença.

Os casos de diabetes tipo 2 estão aumentando exponencialmente. Estima-se que em 2030 tenham no mundo 435 milhões de diabéticos. O tipo 2, responsável por 90% dos casos, é resultado da "correria" (que, infelizmente, nada tem a ver com atividade física): pessoas cuja rotina limita-se ao comer, sentar, trabalhar, comer, ver TV, comer e dormir. Dessa forma, não há pâncreas que aguente, a glicemia fica alterada, a pressão sobe, o stress aumenta... e surgem as doenças contemporâneas - o diabetes tipo 2 está nesse grupo.

A mídia atrapalha para a explosão dessas doenças. Primeiramente, veiculam matérias sobre saúde e nutrição e falam que dá para curar todas as doenças com "alimentação balanceada e atividade física". Depois, o Globo Repórter aparece com as "ervas que curam". Desse modo, qualquer pessoa acha que diabetes tipo 2 não é perigoso e que tratar é fácil - e não tratam.

O diabetes tipo 1 é ainda mais esquecido, quase "marginal". Claro, o tipo 1 não se cura apenas com "alimentação balanceada e atividade física", nem com "ervas que curam". Sem desmerecer os tratamentos alternativos, mas o tratamento do tipo 1 é com injeções de insulina, e mostrar esse "sofrimento" para o grande público dói.
Até porque não há cura para o tipo 1. E doença que a mídia não consegue curar é esquecida.

Felizmente, há exceções: a única vez em que a imprensa tratou o diabetes tipo 1 de maneira exemplar foi em março de 2008, na série de reportagens "Diabetes - A vida pode ser doce", do jornalista Arnaldo Duran, exibida pelo Jornal da Record. A série pode ser vista nos vídeos abaixo.












quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Evento reúne fãs do seriado "Chaves" no Rio de Janeiro



No próximo sábado, dia 20 de novembro, a partir das 10 horas, os fãs do seriado mexicano Chaves irão se reunir na 2ª Convenção Jovem Ainda, organizada pelo fã-clube CHESPIRITO-Brasil, o maior sobre Chaves no país. A segunda edição do evento, que acontece desde 2007, será realizada no Campus Maracanã da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

Além de participar de gincanas temáticas que remetem ao seriado, como equilibrar uma vassoura no pé, os fãs terão a chance de conhecer os dubladores oficiais dos personagens do desenho animado do Chaves. Nomes confirmados: Gustavo Berriel (Nhonho), Beatriz Loureiro (Bruxa do 71), Duda Espinoza (Godines), Waldir Fiori (Jaiminho) e Aline Ghezzi (Paty). Também está programado um show da banda Netos de Dona Neves, com músicas do seriado.

A 2ª Convenção Jovem Ainda será o décimo evento organizado pelo fã-clube CHESPIRITO-Brasil desde sua criação, em 2002. O maior deles aconteceu em 24 de abril de 2010: o 2º Festival da Boa Vizinhança, que trouxe a São Paulo os atores originais do seriado Carlos Villagrán (Kiko) e Edgar Vivar (Senhor Barriga/Nhonho).

O seriado Chaves estreou no México em 1971 e foi vendido para mais de 80 países. No Brasil, é exibido pelo SBT há 26 anos e pelo canal pago Cartoon Network desde o dia 1º de novembro de 2010.


Serviço:

2ª Convenção Jovem Ainda

Data: 20 de novembro de 2010 (sábado), das 10h às 20h

Local: UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) – Campus Maracanã

Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã – Rio de Janeiro (RJ)

Ingresso: R$ 7 + 1kg de alimento não-perecível (ou R$ 10)

Mais informações: http://sitedochaves.com/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Os fins sobrepujam os meios

No dia 7 de novembro, o jornalista Daniel César publicou em seu blog, TV x TV, uma crítica intitulada "Teleton e o Assistencialismo Barato", sobre a transmissão do evento que arrecada fundos para a AACD (Associação de Assistência a Criança Deficiente). A crítica rendeu comentários furiosos dos leitores. A crítica pode ser lida acessando este link: http://is.gd/gO5dH Abaixo, está a minha resposta à crítica de Daniel César:

Os fins sobrepujam os meios

A TV é, ainda, o meio mais eficaz de divulgação de uma marca, um produto ou uma ideia, por ainda ser o veículo mais democrático e mais acessível, já que quase todos os lares possuem televisores. Dessa forma, a AACD precisa da TV para divulgar seu nobre trabalho na recuperação de deficientes físicos.

Se não fosse a TV, e se a AACD não fosse lembrada ano a ano por causa do Teleton, aposto que a associação jamais conseguiria arrecadar R$ 23 milhões em duas noites. Muitas pessoas só lembram que a AACD existe uma vez por ano, porque assistem ao Teleton - por isso é fundamental levar as crianças deficientes ao palco, mostrar o tratamento dado a elas, enfim, divulgar o trabalho da AACD.

Muitas destas pessoas são fãs dos artistas que participam do Teleton. Por isso a presença desses artistas é importante. Eu diria que é um apelo midiático do bem. O Léo, da dupla Victor & Léo, falou bem sobre isso no sábado, que a causa de ajudar é maior e mais importante do que a presença dos artistas no palco (não foi com essas palavras). Mesmo que as pessoas contribuam somente porque os artistas pedem, pelo menos elas doam.

Sobre o apelo por ibope, o Teleton e o único "programa" que converte instantaneamente audiência em dinheiro. Cada doação de R$ 5 era uma pessoa assistindo (que pode ter doado mais vezes também). Programas de TV precisam de audiência para mostrar os altos índices do Ibope ao mercado publicitário e, assim, faturar. Contudo, no Teleton, a única instituição que "fatura" é a AACD, diferenciando-se, assim, do mencionado Programa do Gugu.

Acho muito válido ter uma opinião contundente sobre o Teleton, Daniel. Ainda mais nessa sociedade hipócrita, que liga para o Teleton e discrimina os deficientes físicos nos outros 364 dias do ano. Porém, não tratando o evento como um mero show sensacionalista. A TV, em sua característica fundamental, é show. Para chamar o público, o show é um dos meios mais eficazes. E o Teleton deve continuar assim, porque seu motivo é nobre.

Sabe aquela frase do pensador Maquiavel, "Os fins justificam os meios"? No Teleton, esta frase ganha novo sentido: "Os fins sobrepujam os meios".

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Chaves no Cartoon Network: Independência

Não, este post não é sobre a eleição de Dilma Rousseff como a primeira presidente do Brasil. Hoje, o canal pago Cartoon Network começou a exibir o seriado Chaves, às 9h30, com episódios inéditos. O fato surpreendeu os fãs, incendiou os fóruns da internet e deixou o gosto de surpresa para logo mais, às 20h30, quando será exibido Chapolin. Abaixo, meu comentário em um desses fóruns:

Pelo menos para nós, fãs brasileiros, o dia 1º de novembro de 2010 é o Dia da Independência do SBT. Conhecemos El Chavo del 8 graças ao SBT, retribuimos com audiência, e essa relação se mantém há 26 anos.

Mas nós, fãs brasileiros, nos informamos pela internet e descobrimos um incontável número de episódios que o SBT não exibe, seja por capricho, seja porque não os comprou mesmo. Desde então, passamos a criticar o SBT por cortar um episódio aqui, editar outro ali, cancelar outro acolá. E o SBT, responsável inclusive pela existência do fã-clube e deste fórum, passou a ser nosso alvo.

Há algum tempo, já estamos acostumados a assistir a CH por outros meios: Repretel (canal da Costa Rica, certo? Já vi uma vez e boa parte da coleção de episódios de alguns fãs veio da Repretel), TLN e agora Cartoon Network. Este último um canal de maior alcance, embora seja pago. Sempre detestei TV paga, por ser paga (e por não tê-la em casa também). É muito restrita, sempre foi associada à elite que pode pagar, e nunca gostei disso. Mas cada vez mais brasileiros estão tendo acesso aos pacotes econômicos da NET, SKY e similares e, assim, podem ver CH no Cartoon Network, canal com muito mais visibilidade do que o TLN, da Televisa. O SBT, a partir de hoje, perdeu sua importância no meio CH, virando uma alternativa secundária para assistir às séries.

Ironicamente, a partir da exibição de hoje, notei que a TV aberta é mais fechada do que a própria TV por assinatura. As emissoras tentam padronizar o conteúdo importado que exibem ao grande público. Podem ver na abertura editada dos Simpsons, na Globo. Chaves, Chapolin e Chespirito sofreram com este padrão. Às vezes, o feitiço vira contra o feiticeiro, como a tradução da saga de Acapulco, que virou Guarujá, e mesmo assim todos falam Acapulco.

O exemplo acima é consequência de outra burrada: comprar o primeiro episódio da saga separado dos outros dois. Isso faz lembrar uma coisa: estamos independentes do SBT, mas quem está acima de SBT, TLN e Cartoon Network é a própria Televisa. Grande parte das imperfeições do SBT quanto a Chaves é culpa da Televisa. As outras burradas são culpa desse padrão que o SBT, como canal aberto, tenta imprimir a seu público.

Enfim, 26 anos depois, chegamos à conclusão - óbvia - de que Chespirito é maior que o SBT. Falta o mundo descobrir que Chespirito é maior que a Televisa.


Abaixo, a primeira exibição de Chaves pelo Cartoon Network: