quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A nova Record: do auge ao declínio

A Record completou no último domingo (dia 27) 56 anos. Desde 2004, a emissora investiu pesado em produtos de qualidade, que trouxe novo ânimo à emissora. Atualmente, porém, a teledramaturgia e o jornalismo parecem estar em crise.

Em 2004, após o fiasco Metamorphoses, a emissora parece ter aprendido com o erro e estreou uma versão de A Escrava Isaura, que incomodou o SBT em virtude do grande sucesso. Após uma leve queda na audiência com Essas Mulheres, a Record chegou ao topo com Prova de Amor. Tiago Santiago, o mesmo autor do remake da novela de 1976, ganhou status de grande autor por ter conseguido ultrapassar o Jornal Nacional, da Rede Globo.

A coisa começou a desandar já em Prova de Amor, quando Santiago esticou a novela por uns pontinhos no Ibope. Em 2007, Caminhos do Coração perdeu-se na história, obrigando Santiago a encerrar a trama principal e iniciar uma só com os mutantes, seres feitos no computador com qualidade duvidosa, que elevavam a audiência. Os Mutantes - Caminhos do coração conquistou os adolescentes, mas não conseguiu segurar o público habitual das novelas da Record. A audiência da saga final - Promessas de Amor - também ficou aquém da esperada.

Em 2009, a Record patina nas duas telenovelas que exibe. Poder Paralelo deu sinais de melhora; já Bela, a Feia, primeira de muitas que virão da parceria com a emissora mexicana Televisa, perdeu o segundo lugar para o SBT Show e para a série Harper's Island - O Mistério da Ilha.

O jornalismo da Record, que também recebeu maciço investimento, sofre seus revezes em 2009. O Jornal da Record perdeu audiência com Ana Paula Padrão, contratada somente para ancorar o noticiário. O Esporte Fantástico ainda não emplacou, tendo seu horário de exibição alterado constantemente.

A Record News, emissora inaugurada em 27 de setembro de 2007 e que substituiu a Rede Mulher no canal 42 UHF (SP) e primeiro canal aberto de jornalismo em tempo integral, já não faz jus ao slogan: o "jornalismo 24 horas de plantão" vendeu horários da grade para programas independentes e até para a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus). A mais recente investida, o portal R7, foi anunciada com alarde. No entanto, a "inovação" não passou (novamente) de imitação da Globo.

A subida assustadora da Record na segunda metade da década parece ter arrefecido. Os formatos de teledramaturgia e do jornalismo (méras cópias da emissora líder)
mostram desgaste. É cada vez mais comum ver, em atrações de baixa qualidade, a busca pela audiência perdida nos investimentos milionários. O telespectador espera que a ambição por ibope não atrapalhe a qualidade que a emissora imprimiu em sua programação desde 2004.

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