quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nova chance

Com a escolha do Rio de Janeiro como a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil terá a chance de se redimir do dispêndio excessivo do Pan de 2007 e mostrar que aprendeu a controlar os gastos. Ou não.

Sem economizar, o projeto brasileiro de R$ 29 bi para transformar o principal destino turístico do país em polo olímpico assusta. Primeiramente, pelo volume de capital - os Jogos Pan-Americanos custaram R$ 3,7 bi, quase 800% mais que o previsto -; depois, pelo destino do investimento. Muitas obras do Pan não poderão ser aproveitadas para 2016. Mesmo o evento de 2007 não deu jeito na saúde e na segurança pública da cidade.

Nova chance também de concluir as obras que certamente não ficarão prontas para a Copa do Mundo de 2014. O trem-bala, por exemplo, que ligará São Paulo ao Rio, só deve ficar pronto em 2015. Melhorias no transporte, na despoluição da lagoa Rodrigo de Freitas e na rede de hotéis serão adiadas para os Jogos Olímpicos de 2016.

A vinda da Olimpíada para o Brasil não escapa da política. O governo atual pode usar a justificativa de que a continuidade trará mais segurança no cumprimento dos prazos. Mesmo se a situação for derrotada no pleito de 2010, Lula poderá retornar ao poder em 2015, e entregar as obras feitas pela gestão anterior.

Trunfo eleitoral também na cidade. Eduardo Paes, se reeleito em 2012, será o "prefeito dos Jogos". Não faltarão oportunidades para o prefeito vangloriar-se de ter trazido o maior evento esportivo, junto da Copa, para o Rio.

A Olimpíada de 2016 pode ser um sucesso, se depender da vontade dos atuais governantes de se reeleger. Ou pode ser um fracasso político, caso os abusos financeiros do Pan se repetirem.

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