sábado, 12 de dezembro de 2009

Barril de homenagens

Há 25 anos, um gênio desembarcou na TV brasileira: Roberto Gómez Bolaños. O ícone mexicano "Chespirito" estreou no SBT com duas de suas séries mais famosas: Chaves e Chapolin. No último sábado (dia 12), admiradores da obra de "Chespirito" - os "chavesmaníacos" - se encontraram no restaurante Chilango, em São Paulo.

A quarta edição do evento "Vamos ao Chilango com o Polegar Vermelho" trouxe um pedido ao SBT: a reapresentação de episódios que foram exibidos nos anos 80 e que jamais voltaram ao ar, os episódios "perdidos". Muitos, na verdade, são "esquecidos", pois compõem o acervo CH da emissora, porém foram substituídos por roteiros semelhantes. Os fãs criaram um abaixo-assinado na internet, chamado "Volta Perdidos CH & CH", e já conta com mais de duas mil adesões.

Impressionou o interesse da mídia em noticiar o encontro de "chavesmaníacos". O R7 e o UOL levaram fotógrafos. O SBT, que enviou o repórter Diego Sangermano, noticiou superficialmente o motivo do encontro, omitindo - como sempre - o termo "perdidos". A reportagem foi ao ar no SBT Brasil. O Pânico na TV, da RedeTV!, também entrou na brincadeira: Alfinete e Sabrina Sato levaram Zina para mandar "salves" para toda a turma do Chaves.

O ponto alto do encontro foi a participação dos dubladores. Chaves não seria o que é aqui no Brasil se não fossem algumas destas vozes que compareceram ao "Vamos ao Chilango...": Cecília Lemes (Paty, até 1984, e Chiquinha, a partir de 1988), Sandra Mara Azevedo (Chiquinha e Dona Neves, até 1984), Osmiro Campos (Professor Girafales, a partir de 1984) e Sílton Cardoso (Godines até 1990) formaram parte do elenco que deu um ar tupiniquim ao humorístico mexicano. Gustavo Berriel, o fã que dubla há três anos o Nhonho, e agora dubla o Jaiminho e o Senhor Barriga, completou o grupo presente.

Pela primeira vez em um evento CH, duas vozes de uma mesma personagem compareceram. Foi o caso da Chiquinha, que foi dublada por Sandra Mara Azevedo no lote de 1984 e Cecília Lemes a partir do lote de 1988. Os fãs não perderam a oportunidade e realizaram um "duelo de Chiquinhas". As duas choraram simultaneamente. Nos quesitos gritaria e talento, deu empate.

Além das perguntas da plateia, os dubladores encararam uma série de diálogos de Chaves e de Chapolin. Um teve de ser criado para que todas as vozes participassem. A estreia de Osmiro Campos em um evento CH foi bem aproveitada pelos fãs, que encenaram uma "Escolinha do Professor Girafales". Cada resposta "certa" (de acordo com o diálogo da série) valia um prêmio: um DVD com episódios "perdidos".

O encontro reuniu muito mais do que fãs e dubladores: reuniu centenas de corações apaixonados por duas letras: CH. Chaves e Chapolin fez a infância de três gerações. E, se depender dos "chavesmaníacos", não sairá da TV tão cedo.

5 comentários:

  1. Muito bom, garoto! Pena que eu não fui... No entanto, sou obrigado a repetir o que foi escrito e o que muitas pessoas já disseram: Chaves (em itálico) faz sucesso há 25 anos no Brasil, pois se trata de um programa de humor inteligente, simples e inocente (não no sentido de ser bobo ou infantil, mas de não ser apelativo). Pode apostar que serviu de inspiração para a maioria dos humorísticos que hoje vemos na TV. O sucesso se deve não só à genialidade de Roberto Gomes Bolaños, mas também às grandes atuações de Ramón Valdez, Carlos Villagrán...

    No Brasil, somos gratos a Osmiro Campos, Nelson Machado, Marcelo Gastaldi e cia. porque souberam aproveitar do melhor modo um excelente material que tinham em mãos (literalmente). Por isso, um evento como esse merece ser parabenizado por jamais se esquecer de homenagear os grandes dubladores que deram mais do que voz, vida, ao espetacular seriado mexicano.

    PS: Estou ficando velho. Sempre ouvi e li nas reportagens especiais a respeito de "Chaves" (vai aspas mesmo), que o "seriado mexicano já encantou duas gerações" (décadas de 80 e 90). Assisto ao programa desde 1994, então, incluo-me na segunda geração. Agora, deparo-me com uma terceira (anos 2000), que nunca tinha parado para pensar que já existe.

    Um abraço,
    Felipe Cordeiro

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  2. "O 'Pânico na TV', da RedeTV!, também entrou na brincadeira: Alfinete e Sabrina Sato LEVOU Zina para mandar "salves" para toda a turma do Chaves."

    Desculpe o polido interlúdio. Ocorre que o nobre jovem, estudante de Jornalismo, à priori cometeu um desvio da norma culta da nossa tão idolatrada Língua Portuguesa.

    Redigi "à priori", pois o "erro" pode ter sido fortuito. De qualquer modo, cuidado com os meandros do Português.

    Faço o reparo, porque tenho em mente se tratar de um rapaz com um futuro auspicioso pela frente. Como verifiquei no restante da narrativa, trata-se de um estupendo enunciador. Além disso, existe uma grande possibilidade do jovem jornalista estar muito emocionado no momento em que escreveu seu texto. Assim, é comum averem herros.

    Obs. (PS não é em português!): O substantivo próprio que a minha saudosa genitora me designou não é "Felipe", ainda que apareça junto ao cometário. Isso ocorre, pois estou utilizando a conta Google desse rapaz para visitar alguns blogs. A propósito, não deixe de visitar dois: www.papeisavulsos.blogspot.com e www.letrasavulsas.blogspot.com

    Atenciosamente,
    Professor Pasquale Cipro Neto

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  3. Editado, Felipe.
    tinha escrito "O Pânico na TV levou...". Troquei por "Alfinete e Sabrina Sato" e não vi o verbo. Muito pontual sua observação.
    Eita, em "à priori" há crase?

    Abraços!

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  4. A priori, "a priori" não tem crase. Porém, a posteriori, por que não teria? Traduzindo: o Pasquale pode achar que sim; a Ivoneti, que não.

    Outras querelas:

    - Como eu faço para colocar itálico, negrito etc. nos comentários? Tentei utilizar linguagem HTML, mas não deu certo.

    - Todas as fotos são de autoria de Paulo DFS Pacheco?

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  5. A primeira é de Edu Garcia, do UOL.
    E creio que não dá para comentar em itálico. A opção é usar aspas ou o [i][/i] (que não deixará em itálico, mas evidenciará sua intenção).

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