Desde que se "reelegeu", em 2008, Kassab tem se desdobrado para manter em dia as contas da Prefeitura sem comprometer suas promessas de campanha. Entretanto, prejudica outros serviços, como a varrição de ruas, cuja verba foi reduzida em 20%. Mais lixo nas ruas, mais bocas-de-lobo entupidas, e as consequências de uma chuva forte já são conhecidas pela população.
Kassab chegou à Prefeitura graças ao abandono do tucano José Serra para concorrer às eleições presidenciais de 2006. O ex-vice tratou logo de mostrar serviço: a Lei Cidade Limpa acabou com a farra da publicidade nos outdoors e letreiros do comércio. Também aumentou a tarifa de ônibus para R$ 2,30.
Em 2007, Kassab protagonizou um episódio lamentável: na inauguração de uma AMA (Assistência Médica Ambulatorial) em Pirituba (zona oeste), expulsou aos berros e empurrões o dono de uma fábrica de placas de propaganda, Kaiser Celestino da Silva, que estava no posto de saúde para uma consulta dentária. Ao ver o prefeito, aproveitou para protestar contra a Lei Cidade Limpa.
Em 2008, Kassab resolveu se candidatar à "reeleição", mesmo não tendo sido eleito pelo voto direto em 2004. Mesmo explorando seus feitos da primeira gestão, queria mais, e estendeu para três horas o tempo do Bilhete Único, ignorando o pagamento dos subsídios às empresas de transporte. A gestão chegou a ter aprovação de 61% durante o horário eleitoral gratuito. Mais do que a vitória sobre Marta Suplicy foi a derrota de Geraldo Alckmin, cuja candidatura provocou dissidências entre os tucanos favoráveis a ele e os favoráveis à candidatura do democrata.
Eleito, agora sim, pelo povo, Kassab enfrenta o caos que ele mesmo criou. O lixo que não foi recolhido das ruas entope os bueiros, e a água da chuva não consegue escoar. Automóveis ficam ilhados nas "avenidas-rios", inclusive os ônibus. Os passageiros gastam o tempo extra do Bilhete Único sem poder usufruir das três viagens restantes.
Enquanto isso, a marginal do Tietê fica alagada, mesmo após a obra de rebaixamento da calha do rio, feita em parceira com o Japão durante a gestão do governador Alckmin. As rusgas com o PSDB ocasionaram demissões. O secretário das Suprefeituras, Andrea Matarazzo, deixou o cargo no último dia 2. Membros que apoiam Kassab acumulam funções, como o professor de Direito Alexandre de Moraes, que, além de secretário de Transportes, preside a SPTrans, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e assumiu a secretaria de Serviços – varrição e coleta de lixo, iluminação e serviço funerário.
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